Notas costuradas
O terno olhar de Osamu Dazai, escritor moderno japonês.
Uma daquelas publicações sem temas específicos, apenas com textos soltos que escrevo por aí, curadoria de links e citações.
Pensar em um computador desconectado
Depois de ler um texto do @ploum@mamot.fr falando sobre a construção de um computador que dure 50 anos ― onde também se fala do princípio de offlinefirst / localfirst ―, tive ganas de criar um repertório de documentos para deixar no disco rígido para consulta rápida e sem internet.
Já baixei alguns mapas (América do Sul, Brasil, Ceará etc.) e alguns dicionários. Tentei baixar o mapa de infraestrutura da minha cidade pelo OpenStreetMaps, mas não consegui direitinho. Penso em baixar o repositório da Wikipédia.
O mundo de fantasia dos motéis japoneses
O sítio web Flashbak, voltado a curiosidades históricas, publicou um artigo com algumas fotografias do francês François Prost mostrando a arquitetura de motéis do Japão.
Aí vê-se de tudo: navios, OVNIs, castelos encantados.
Se no mundo ocidental ou ocidentalizado, a discrição é essencial para um espaço sexual, não é este o caso dos motéis japoneses.
• Sex In A Japanese Love Hotel
Reclames sobre um podcast
Odiei um recente episódio da Radio Ambulante, podcast hispanófono que conta crônicas da América Latina. Foi sobretudo com esse programa de áudio que aprendi a língua espanhola. Desde o período que comecei a o escutar ― 2022 ―, a vaibe do programa têm piorado muito.
Costumo pensar dez vezes antes de escutar algum episódio, porque com frequência ao fim dos episódios fica aquele clima de melancolia, de evento mal resolvido. Um episódio recente, La concursante, foi além disso, ele relata o assassinato de uma jovem adulta que participou de um populista programa de auditório do Peru, e que morreu por isso.
Estou espoilerando exatamente porque a escuta não vale a pena, apesar de que a construção narrativa do episódio seja muito bem tecida, e o trabalho de sonoplastia seja impecável, uma das especialidades da Radio Ambulante.
No entanto, afora o clima extremamente apelativo da história, que beira aos programas policiais, os produtores não nos contaram sobre como os meios de comunicação peruanas reagiram depois do episódio de assassinato, dos quais eles próprios foram catalisadores.
Uma pena.
Coisas de que mais gosto no Fediverso
a comunidade capivarinha.club;
a comunidade ayom.media e o seu ecossistema;
o humor incessante do @miugnutos@bolha.one;
a disponibilidade e gentileza geral dos membros;
a diversidade de integrantes ― eu não tinha interagido na internet com pessoas neurodivergentes, surdas ou cegas até eu chegar aqui;
a não hegemonia de usuários de língua inglesa;
o tino slow web, com posts concentrados que só com muito esforço podem viciar o integrante fediversal;
a autogestão;
o respeito à privacidade em todos os sentidos ― você não precisa mostrar nenhuma informação pessoal se quiser, mas se quiser pode;
Jefferson, flearows e bamblers;
a infinidade de opções de plataformas e de interfaces disponíveis para interagir ― código aberto é poder!;
o fato de que ninguém nunca obterá este espaço como mercadoria ou poderá censurá-lo, já que ele é 🌠 descentralizado 🌠 ;
instâncias bem, bem barristas, tipo a masto.nyc (para usuários de Nova York) e a mastodon.bahia.no (para usuários da Bahia);
e por falar em bairrismo e identidade, gosto também de como cada instância pode ter uma cara própria, com emojis próprios e uma cultura própria;
a polyglot.city, que é a minha comunidade espiritual;
o fato das redes fediversais serem de baixa manutenção, ou seja, você não precisa estar entrando todo dia nem de se esforçar para conseguir seguidores para, a curto ou longo prazo, ter uma boa experiência;
ah, já ia me esquecendo do principal: não há influenciadores, trolls, propagandas ou empresas;
a curadoria musical do @gaviota@weatherishappening.network (te amo, Gaviota!);
como o Fediverso nunca segura o membro em seu espaço, já que estamos sempre nos redirecionando para outros sítios web;
De todas as filias, a pior é a filIA
Li em um blogue a seguinte frase:
Nós que somos entusiastas de IA.
Entusiastas de IA. Entusiastas de IA. Entusiastas de IA. Entusiastas de IA...
Incrível é como é comum encontrar esse perfil dentro da neoblogosfera!
Novamente o computador
Não sou de ter saudade, mas sinto falta de quando o computador era a grande tecnologia do momento. Com o computador como portal único da internet, havia um limite entre estar desconectado e conectado. Todos os meus esforços para tornar meu telefone um aparelho offline first provavelmente vá nesse sentido...
Offpunk
Estou simplesmente encantado pelo navegador #Offpunk/ #XKCDpunk, desenhado pelo escritor belga @ploum@mamot.fr. É um navegador para protocolo #Gemini, que roda totalmente no #terminal do sistema e que pode funcionar sem internet, mantendo páginas visitadas ou agendadas em cache.
Agora passo a maior parte do meu tempo no computador desconectado e a sensação é ótima.
Você pode saber como clonar ou instalar o Offpunk por aqui.
Explicando o Fediverso
Como vcs explicam pra alguém de forma simples o q é o fediverso?
Fediverso é Twitter, Youtube, Facebook e Instagram, tudo junto e misturado, só que sem influenciador, parente e nem bilionário.
Outra vez Osamu Dazai.
Youtube formicapunk
Partindo de um conceito vindo do @bouletcorp2@mastodon.social, o formicapunk ― aqui a arte de onde vem o conceito ―, o @ghettobastler@mastodon.art desenhou e executou o 3615-Youtube, um gravador de vídeos do Youtube para fitas VHS a partir de um Minitel, um terminal francês de vídeo-texto de 1978.
Aqui o vídeo do projeto sendo operado: https://www.youtube.com/watch?v=kMp8XH5ZHtM
Favoritismos
No último dia 14, fui à palestra do escritor cearense de biografias Lira Neto sobre seu recém-lançado “Oswald de Andrade: Mau Selvagem”, no auditório da reitoria da UFC. No último momento da palestra, na rodada de perguntas, elaborei uma questão que pensara durante toda a sua fala. Saquei o telefone do bolso, no bloco de notas escrevi
Eu me interesso por Oswald de Andrade, porque me interesso por Décio Pignatari, cujos amigos denominaram o “Oswald magro”. Como um fio puxa outro, queria saber se, em suas andanças acadêmicas, houve alguma relação entre você e Pignatari, mesmo que bibliograficamente. Além disso, poderia falar mais sobre a relação entre Oswald de Andrade e o movimento de Poesia Concreta?
e o guardei.
Passaram-se duas falas de pessoas célebres da cultura de Fortaleza; outras de pessoas não tão célebres, mas próximas ao autor; outras de pessoas nem tão célebres e nem tão próximas ao autor, mas arrumadinhas. Quando o meu sinal para a pergunta foi notado, o organizador da palestra disse que o tempo para perguntas já havia encerrado. Com o livro debaixo do braço, humildemente saí do auditório, sabendo que essa pergunta não seria respondida ali. De qualquer forma, na maioria das vezes a audiência não é tão interessante quanto o palestrante.
Publico essa dúvida neste espaço na esperança de que alguém me a responda e como forma de protesto contra eventos literários, que sempre parecem ser feitas para dez pessoas.
Na palestra. Flagra do ator Ricardo Guilherme, no canto superior direito da foto.
Frasezinhas e ready-mades
Openbar é pá pimbar.
― Ouvi de relance em algum lugar.
Vantagens de ensinar para adultos: eles se comportam e prestam atenção na aula. Desvantagens de ensinar para adultos: eles não desenham o professor e nem lhe escrevem cartinhas.
Eu não sou pobre, eu sou sóbrio, de bagagem leve. Vivo com apenas o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade.
— Pepe Mujica (R.I.P.), esse Hirayama do Uruguai.
Lidar só com gente simpática em Fortaleza ― meu Deus... que solidão.
O bom de falar em LIBRAS é que ninguém cospe no outro.
Interpreto capinha como “roupinha de telefone”. Quando ele está em casa, fica sem nada, peladinho como veio ao mundo.
CC BY-NC 4.0 • Ideias de Chirico • Comente isto via e-mail • Inscreva-se na newsletter