O problema do voluntarismo
O problema do voluntarismo político é que sistemas sociais são não-triviais e não-lineares. Isso significa que não há mais relação causal entre a vontade de um ato e seu efeito. Muito esforço pode redundar em nada e uma ideia pequena ter consequências incríveis.
Por isso a questão não é cobrar mais “vontade política”. A vontade só funciona se alavancada por uma organização que pode ter efeito multiplicador. Mas também pode ter efeito redutor. Portanto, o “X” da questão é como o coletivo se organiza.
A organização precisa ser mais “autopoiética”, isto é, olhar mais para si própria e se perguntar se os esforços individuais estão sendo tolhidos ou turbinados. A organização é uma represa ou uma turbina?
Ou melhor ainda: a organização é uma usina na qual a potência (o desejo) represado está sendo canalizado para rodar alguma engrenagem social? A questão é portanto produtiva.
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