Mídias Sociais
As mídias sociais são uma ampliação técnica das conversações. Estas, por sua vez, são as formas mais básicas de sociabilidade. Estamos em sociedade quando encontramos um outro (alter) com quem conversar. A atratividade das mídias sociais vem assim da necessidade da sociabilidade. As mídias sociais mimetizam o fenômeno antropológico dos “rumores” (gossip) que segundo estudiosos foi um motor das formações gregárias e até da criação da linguagem simbólica (que é razoavelmente recente na experiência do homo sapiens). No entanto, os rumores que são regidos por comportamentos miméticos, tem uma característica de “feedback positivo”: eles se realimentam e se reproduzem velozmente, ameaçando a própria estabilidade do social. Este fenômeno é bem conhecido dos etnólogos e ele foi historicamente regulado pelos interditos e pelos segredos, que representam um “feedback negativo” ao crescimento exponencial dos rumores e dos alarmes e pânicos coletivos associados. Nas mídias sociais, esse controle passou a ser realizado por algoritmos. Mas isso gerou o problema tanto da arbitrariedade desse controle, como de sua opacidade. Ou o que é pior, de seus vieses discriminatórios. As redes federadas representam alternativas ao controle por algoritmos. Neste caso, o controle é realizado por moderação humana. Essa moderação tem um limite, por isso as mídias federadas não crescem por quantidade de usuários mas por quantidade de “instâncias”, isto é, por descentralização.