Mascaramento e suas consequências

Tags: #Neurodivergência

As crianças no espectro autista têm uma tendência a terem diversos comportamentos que são, por serem considerados “inadequados”, punidos pela sociedade.

O que a criança aprende com isso é a fingir e a ser outra coisa, artificial, mas que ao menos seja aceita.

Aí essa criança vai crescendo sem poder ser ela, sem poder se manifestar, com uma incerteza brutal do que é certo e o que é errado. Morrendo de medo de rejeição social.

Esse medo logo se transforma em ansiedade em seus variados tipos (TAG, TOC, fobias, etc).

Às vezes, para se proteger, torna-se cada vez menos inserida no contexto social por medo dessa rejeição. Medo de seus comportamentos não serem aceitos e tolerados. Medo de passar mal.

Nisso, a pessoa por conta própria se isola, se exclui, se afasta... E perde a conexão humana que existia ali.

Perdendo a conexão humana, essa criança começa a desenvolver uma tristeza persistente. Aos poucos surge a distimia e a depressão.

A jornada de tornar-se um adulto funcional exige vestir uma máscara que, independente do nível de suporte laudado, não é nada leve, e que cobra seu preço em desgaste físico e mental.

É lucrativo vender remédios e terapias por toda uma vida para que cada indivíduo trate as consequências (ansiedade e depressão). Adaptar ambientes sociais para a inclusão de todos, resolvendo as causas, traz custos imediatos, que poucas comunidades estão dispostas a encarar.

Até quando?