Persistência linguística

Pelo Mastodon, Alda Vigdís suplica para que as pessoas parem de traduzir código postal para inglês como “Zip Code”, termo específico dos EUA, enquanto o mais adequado mundialmente seria “postal code”. A sensação que Alda sofre deve ser similar à de ativistas do software livre ao verem tanta menção a “Linux” ignorando o GNU em contextos nos quais este poderia ou deveria ser citado.

Quando alguém, senão por desconhecimento, chama tudo de “Linux” e ainda desdenha ativistas do software livre que solicitam o mesmo espaço para o GNU, acaba desacreditando décadas de luta pelas liberdades tecnológicas de todas as pessoas, algo muito mais holístico do que “open source” (código aberto), assim como GNU é mais abrangente do que Linux.

Sim, ativistas insistem não somente em corrigir termos, mas em promover software livre em cada oportunidade de afastar as pessoas do software privativo, instrumento de poder injusto. Na era da informação, tudo está conectado: desde TRApps de academia até as políticas públicas. Quando aceitamos a história reescrita e dominada pelo mercado para vender “código aberto” como mero modo de produção, afastando-se dos ideais da liberdade de software, normalizamos um mundo onde somos meros consumidores passivos.

Cada escolha é um ato político: garantir que a tecnologia sirva às pessoas, não o contrário. Se apagarmos nossa história, perderemos a capacidade de exigir ferramentas que respeitem nossa autonomia. O abismo não é inevitável — mas construímos pontes com ações concretas, não com silêncio. Solidariedade a Alda.

💙 #SoftwareLivre #TecnologiaÉPolítica #tecnopolítica #GNU #GNUlinux #FreeSoftware

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